Efeito Cocoon

 

Revista Conecta 09/1996

 

 Fábio já foi publicitário, contador, técnico em eletrônica e analista de sistemas. Há um ano, resolveu montar sua própria empresa de software, a SoFT4U. Comprou um apartamento no Parque Cecap, um condomínio de classe média baixa em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. Entre outros programas, decidiu fazer um que controlasse a casa, por puro diletantismo. Desenvolveu o software e instalou os equipamentos necessários para que a casa funcionasse.

 

 Ele não furou paredes, nem encheu a casa de fios. Os eletrodomésticos, como o liqüidificador e o forno de microondas, recebem ordens do computador num sinal que vem pela rede elétrica. Só é preciso instalar um decodificador; espécie de modem ; no aparelho, Ai é que esta o brilho de seu projeto: usa a própria rede instalada para controlar os equipamentos, dotando-os de alguma inteligência para perceberem que a ordem é para eles. Já os alarmes das portas e janelas transmitem seus sinais a sensores infravermelhos, que os enviam por radiofreqüência ao computador.

 

Para montar uma casa com eletrodomésticos, televisores e um sistema de alarmes ligados ao computador, Fábio calcula que se gaste a partir de 8.000 reais, com o software incluído. 0 computador pode ser um simples 486. Para que os equipamentos obedeçam, nem o computador é necessário, pode-se colocar apenas um sistema de controle remoto.

 

FÁBIO Ltda.:  "Ele já foi técnico em eletrônica, publicitário e contador.Com a informática, ele é a própria empresa."

 

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VALIOSOS SÃO OS NEURÔNIOS

 

 Ele é o exemplo acabado de como a tecnologia digital esta mudando a sociedade por dentro. Fábio só precisa de um computador para ser a própria empresa. Sua matéria-prima mais valiosa esta guardada nos seus neurônios; o conhecimento que adquiriu depois de percorrer tantas profissões. A experiência nos dez meses de casulo exemplifica a vida de tanta gente que já vive assim. "Minha vida era normal", conta. "A diferença é que, em vez de ir de casa para o trabalho, já morava no trabalho." Um carro a menos na rua. Muitas vezes, Fábio nem saia de casa durante a semana. Apenas aos sábados e domingos é que voltava para a casa dos pais, e ia namorar.

 

 Nas voltas para a casa da família, Fábio percebia o outro lado do isolamento das grandes cidades.

 

"Minha família mora num bairro de classe média alta, com casas grandes, onde os vizinhos

nem se cumprimentam", explica Fábio. JÁ no condomínio de 4.000 apartamentos onde montou seu casulo, todo mundo se conhece. Qualquer estranho que entra ali é facilmente identificado.

 

"Tenho o sistema de alarme, mas para minha segurança eu confio mesmo é nos meus vizinhos."

 

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